“Diante de Deus preciso ser sincero comigo.”

Há alguns meses li uma notícia que dizia: “Papa diz que ‘discutir’ com Deus também é oração”. (Aleteia)

Nas entrelinhas desse título existe um aspecto determinante para a intimidade com Deus: a Verdade no meu relacionamento com o Senhor.

“Conhecereis a verdade e ela vos libertará” (cf. Jo 8, 32), mas a verdade não é fácil de ser conhecida porque, conhecê-la, implica em confrontar-me comigo, arrancar máscaras, ferir o ego. No fundo, não é de Deus que tento me esconder, mas de mim mesmo.

De fato, não é fácil assumir que não sou bom em ser bom, que finjo ser verdadeiro, que dói sorrir, que não faço o que digo… Além de que, muito do que aprendi a ser, me tornou o que não sou.

Não significa que devo sair por aí gritando que sou fraco, inseguro, que tenho medo, sou imaturo, não sei perder, não acredito que o que Deus quer é o melhor, que não consigo confiar nele. Mas diante de Deus preciso ser sincero comigo. Afinal, se está tudo certo comigo, em que preciso ser tocado, transformado e liberto pelo Senhor?

A primeira verdade que me custa tocar é a da minha incoerência… A partir da verdade deixo Deus ser Deus, é esse o caminho da intimidade: deixar que Ele seja quem é e, diante dele, ser quem sou. E ser quem sou implica em estar como estou, sentir o que sinto, pensar o que penso, assumir a minha verdade.

“Porque ele olhou a minha pequenez…” (cf. Lc 1, 48).

Não são minhas virtudes que atraem o olhar do Senhor, não é o que faço, mas onde Ele pode fazer em mim. E o agir dele acontece na minha pequenez, na minha pobreza, na minha humildade, no meu cansaço, no que não consigo, nas minhas limitações, no meu pecado.

Não tenhamos medo de conhecer, tocar e assumir a verdade sobre nós. A verdade liberta porque através dela Deus liberta, e é isso o que Ele quer.

A verdade é:

“A minha pequenez atraiu o olhar de Deus e o meu valor não está no que posso dar. Quando nada é tudo o que tenho, não sendo capaz, Ele pode mais. Ele pode mais!”.

Leonardo Pereira Silva

Missionário CCNA