A medida que vivemos vamos possuindo muitas coisas, queremos sempre ter e nos permitimos nos encher ou preencher de algo que nos dê felicidade. O vício do poder, quanto mais eu tenho, mas eu desejo possuir e não nos permitimos desapegar ou nos esvaziar, porque neste tempo que existimos, quanto mais eu tenho, mas eu sou.
Queremos ter a melhor casa, o melhor esposo (a), o carro do ano e nunca passar por dificuldade. E vamos nos enchendo de tantas superficialidades, até o nosso amor vai se tornando cheio de interesses, vaidades, julgamentos e excessos do amor próprio. Mas não sabemos lidar com as perdas, sempre esperamos dar algo ou receber algo dos outros, porém quando vamos nos esvaziando, achamos que estamos perdendo aquilo que nos é mais importante.
Esvaziar é perder, entretanto é perder aquilo que não faz parte de nós, é um perder para ganhar, é perder para trazer de volta o que realmente somos. É resgatar aquilo que foi sendo sufocado pelos excessos, e nos dar a oportunidade de nos encontrarmos de mãos vazias e coração livre. E assim, ir limpando o nosso coração de tantos entulhos que fomos despejando dentro de nós, que foi sufocando a simplicidade de filhos, de filhos muito amados, por ser quem somos e não o que nos tornamos.
O pai nos chama a sermos filhos sempre de mãos vazias e coração livre para que assim perceba de forma simples que Ele o ama. Se não estamos conseguindo sentir o amor simples, que o Pai tem para nos dar é porque estamos com as mãos cheias e o coração soterrado pelos excessos.
Autora: Missionária Ândrea Gabriele
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