Se as atitudes de uma pessoa revelam muito de quem ela é, então, podemos seguramente dizer que a atitude de Maria ao responder SIM à proposta de Deus, feita através do anjo Gabriel, nos revela que Maria era desde muito jovem uma mulher de oração, de intimidade com Deus.
Somente quem é íntimo de Deus é capaz de prontamente dizer sim a uma proposta tão desafiadora, na qual ela não sabia como as coisas aconteceriam. Ao dizer sim, Maria não sabia como seus pais iriam reagir; se José a aceitaria, se ela seria ou não apedrejada como era o costume naquele tempo, mas, Maria disse sim, porque sabia que Deus não a abandonaria, que Deus a protegeria, porque Deus é fiel e poderoso para tudo realizar!
Maria tinha sido educada na fé judaica e acima de tudo na pedagogia do Espírito. Ela tinha o hábito de meditar e conservar as coisas de Deus em seu coração (Lc 1,19-51). Como é próprio de uma pessoa orante e fiel!
Maria renova seu sim a Deus a cada dia e isso se percebe, quando Maria toma a iniciativa de visitar Isabel para servi-la durante sua gestação, quando tece o Magnificat, quando tendo perdido Jesus em Jerusalém o encontra no templo, quando intercede pelos noivos em Caná da Galileia, quando segue Jesus até a cruz e ali aceita a missão de ser mãe da humanidade, quando se une aos discípulos em oração no cenáculo e assim por diante.
Ela conhecia a Escritura, confiava no Evangelho anunciado pelo seu Filho e sabia que a cruz era o caminho que o Pai escolhera para a reconciliação da humanidade. Durante a sua vida ela foi se preparando para este momento em que a espada da dor atravessaria o seu coração. Não é difícil imaginar quanto sofrimento Maria viveu, desde a concepção de Jesus até a sua paixão e morte na cruz, na qual certamente se sentiu pregada com Ele!
No entanto, qual a atitude de Maria diante de tanta dor e sofrimento? Ela permanece de pé! Como quem crê e reconhece que todo aquele sofrimento de seu Filho era necessário para a salvação do mundo, para a nossa salvação. Por aquele sofrimento seríamos redimidos de nossos pecados. Ela sabia que seu Filho ressuscitaria como havia prometido.
Precisamos aprender com Maria a sermos orantes, a dizer sim ao Senhor e sermos fiéis a Ele até o fim, a permanecermos de pé diante da cruz, nos momentos em que vamos recebendo os golpes inesperados da adversidade que se abate sobre nós de modo imprevisto. E no momento em que tudo parecer ter perdido o sentido e nos sentirmos sozinhos, abandonados e sem forças, devemos ter um olhar de fé, diante da dor e do sofrimento.
Afinal, o sofrimento nos é necessário para nos fazer mais fortes, pois nos ensina a reconhecer e aceitar nossos limites e fraquezas, nos capacita a viver como filhos abandonados nos braços do Pai e nos amadurece para encarar os obstáculos e desafios da vida.
Maria teve fé, e por isso foi fiel até o fim, nos ensinando que é preciso ser fiel, ainda que nos custe! Fiel a Deus, à Sua vontade, ao Evangelho, pois, certamente Maria encontra em Deus consolo e força nos momentos difíceis.
Felicidade implica fidelidade! Se queremos ser felizes, precisamos como Maria ser fiéis a Deus e nos dedicar à nossa vida de oração, pois quando sou fiel a Deus, quando oro e o meu orar se torna ação, aí sim é oração!
Na oração, assim como Maria, ouviremos a voz do Senhor a nos falar. E Ele nos fala através da Sagrada Escritura, através dos acontecimentos da vida, ou até mesmo através de pessoas que serão para nós como o anjo Gabriel. Então, tudo o que precisamos fazer é colocar em prática aquilo que Deus nos pede, ou orienta, com a mesma docilidade, submissão e obediência que Maria.
A oração nos faz mais fortes, humildes, nos enche de amor, nos torna pacientes, nos faz conscientes de que somos pobres e miseráveis, porém amados ao extremo por Deus, e nos faz abandonar, confiar e esperar com alegria no Pai que em tudo cuida de nos proteger e ajudar. Crescendo na oração, nos tornamos mais fiéis e sendo mais fiéis, nos tornamos ainda mais orantes, assim como Maria!
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