O mundo contemporâneo trás consigo uma multidão que vive agitada, apressada, correndo com frenesi atrás de sonhos e realizações que lhe tragam satisfação e prazer instantâneos e sem grandes dificuldades. Felicidade deixou de ser um estado da alma para se tornar uma emoção fugaz, mera satisfação das vontades, fuga das frustrações. Fazemos parte de uma sociedade imediatista, que se fadiga facilmente, não sabe esperar e virtudes como a paciência e tolerância estão em desuso. O mundo gira e as pessoas também estão girando, enlouquecidas, buscando desesperadamente o primeiro lugar no pódio da vida. Será que nesse contexto há espaço para os que fracassam?

O fracasso geralmente é visto como um sinal de derrota, de fraqueza, somente um perdedor fracassa… Assim sendo, a sociedade moderna rejeita e exclui os ‘fracassados’.

Fracassar não é agradável, ninguém em sã consciência escolhe fracassar, mas pode escolher como o fracasso pode afetar sua vida. Somos livres para escolher e isto é fato. Podemos nos acabrunhar, viver ensimesmados, entristecidos e agir como derrotados diante de um fracasso ou podemos olhar para ele como um trampolim, onde aprenderemos a trilhar novos caminhos, o nosso real caminho, onde recomeçar significa atitude de fortaleza e determinação e não fraqueza. Após um fracasso, podemos sair vitoriosos interiormente, pois o nosso orgulho foi quebrado, a soberba rebaixada e surge um homem ou uma mulher mais humilde, com mais inteireza e verdade sobre si mesmo.

Diante de um fracasso nossa casa interior pode ficar mais iluminada se nos abrirmos para a maturidade, com mais consciência do nosso dever e responsabilidade na vida e no mundo.
Tornamo-nos mais inteiros quando permitimos que o fracasso transforme em cinzas as falsas expectativas que criamos dos outros e de nós mesmos, pois ele nos arranca do campo da fantasia e da ilusão para viver no mundo real, como um constante aprendiz e construtor de nossa própria história.

Não pretendo fazer neste texto uma apologia ao fracasso, mas ressaltar sua ‘importância’ para o nosso desenvolvimento, afinal, ele está sempre a nos espreitar pelas frestas do cotidiano. Ele é inevitável em nossa vida, então é preferível caminhar devagar, esperando e aprendendo com cada passo, porque quem determina o ritmo da caminhada é sempre o mais lento e, no entanto, aos olhos do mundo este parece ser fracassado.

Na cruz, Jesus aparece totalmente ‘derrotado’, quem O via, zombava e pensava ser o fim, era a imagem de fracasso absoluto, no entanto, o desfecho da bela história da nossa salvação é outro, quando Jesus parecia ser o homem mais fracassado do mundo, era exatamente no momento em que Ele salvava a humanidade inteira, era a sua vitória sublime, grandiosa, triunfante e esplêndida. O aparente fracasso de Jesus tornou-se o nosso júbilo, o nosso eterno cantar, a vitória apoteótica, a nossa possibilidade de adentrar o céu.

Eis Jesus na cruz, fracasso e “loucura” para o mundo, porém, grande ensinamento para nós. Não sigamos os passos do mundo, nele há muitos enganadores… Amado irmão, amada irmã, não se deixe seduzir pelas falsas alegrias e conquistas, aceite tudo o que a vida lhe oferecer, inclusive o fracasso. Saiba escolher, aprender e recomeçar, pois o fracasso externo que lhe bate a porta pode ser na maioria das vezes a condição fundamental para a verdadeira construção do seu interior.

Jací Fagundes

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