Em abril de 2013, a convite do Magno Fernando, fundador da Comunidade Nova Aliança, eu e  minha esposa fomos à Guiné-Bissau, na África. E depois dessa primeira viagem, já voltei lá mais três outras vezes em 2015, 2016 e 2018. 

Essas quatro viagens marcaram profundamente a minha vida, em todos os sentidos, pois foi a partir daquela tão diferente e tão cruel realidade que vi, e vivi, na primeira vez em que pus os pés na Guiné-Bissau, que eu não tive mais nenhuma dúvida de que aqui, no Brasil, nós podemos nos considerar vizinhos muito próximos do Céu.

Esse sentimento advém de várias circunstâncias, tais como: saber que lá os cristãos não chegam nem a 10% da população; saber que a expectativa de vida, por lá, é de menos de 50 anos; saber que em várias partes daquele país as crianças estudam escrevendo no chão, ou seja, que o chão é o caderno de que elas dispõem para aprender a ler e escrever; e também, por saber e por e ver, de perto, que a questão inerente à saúde, lá na Guiné-Bissau, se traduz num caos.

A propósito, nesse contexto específico da saúde, eu e minha família já acolhemos em nossa casa dois médicos da Guiné-Bissau: a Dra SOPHIA, que já veio por duas vezes, por dois períodos de 6 meses; e o Dr. ELMER, que veio por um período de seis meses.

Fato curioso é que, de um modo geral, quando se fala em viajar para a África, logo se faz uma associação mental de que lá se vai encontrar muita pobreza e muitas dificuldades materiais, o que é verdade. No entanto, o que geralmente os ‘navegantes de primeira viagem’ não sabem é que, se de um lado existem as dificuldades materiais e a incomparável pobreza que assola o país, de outro lado existe uma riqueza enorme nas pessoas de lá. E fico muito à vontade para dizer isso, porque posso assegurar, com total segurança e convicção, que o convívio com a Sophia e com o Elmer muito ajudou a mim e a minha família a melhorarmos como pessoas, como cristãos, e muito contribuiu para a gente ver a vida de um modo diferente e, acima de tudo, nos ensinou, de uma forma muito real, e muito concreta, que, diferentemente dos ditos “padrões” aqui do Brasil, não é preciso de muita coisa para se viver.

Enfim, nas viagens para a Guiné-Bissau eu consegui ver coisas que nunca havia visto aqui. Lá é possível ver ‘a presença de Deus marcada na fronte’ de algumas pessoas, sobretudo das crianças, como já disse uma amiga nossa.

As viagens, propriamente ditas, para a Guiné-Bissau, são muito cansativas. Por outro lado, essas viagens me renovam, é algo que não dá para explicar… Em todas essas quatro vezes que fui para a África, a impressão que sempre me ocorre é a mesma: lá, sinto como se estivesse andando sobre o coração do próprio Jesus. Não como um peso (dos meus pecados) que machuca e dilacera o coração do Criador, mas como um andar que acaricia e acalenta o Todo-poderoso.

Lá, na África, diferentemente das viagens turísticas, a diversão consiste em contemplar a face de Cristo, estampada no rosto das pessoas do local. Lá, diferentemente dos brinquedos dos grandes parques de diversões, a adrenalina advém simplesmente das palpitações do Coração de Jesus, manifestadas nos gestos, nas dores, nos sorrisos e nos olhares daquela gente.

Quando estamos lá, na Guiné-Bissau, apesar da saudade de casa e da família, e das tantas coisas que vemos e vivemos naqueles dias, a viagem acaba se traduzindo num grande retiro espiritual, pois o tempo todo esbarramos em situações que nos põem a repensar a nossa vida, como a estamos levando e o que estamos fazendo dela.

E para finalizar, devo dizer cinco coisas: primeira: eu não sei se deixei marcas por lá, na Guiné-Bissau, mas com certeza de lá saí profundamente marcado no corpo e na alma; segunda: essas viagens para lá mudaram consideravelmente o meu modo de ver as coisas e de me comportar diante de algumas situações que antes eu achava que eram “problemas”; terceira: nesse contexto de missão, por mais ajuda que consigamos levar para lá, a gente é quem acaba, ao final, sendo os mais favorecidos, os mais beneficiados com tudo; quarto: apesar de já ter ido para a Guiné-Bissau quatro vezes, a sensação, ao final da viagem, quando estou indo embora, é a mesma das outras vezes – a de que parte de mim está fi cando para trás – e talvez seja por isso que, ano a ano, é renovada em meu coração a vontade de voltar àquela terra de Deus; e quinto: uma passagem pela Guiné-Bissau é uma excelente oportunidade para SE VIAJAR DO EGOÍSMO AO AMOR AO PRÓXIMO, extremos opostos de um território – nem sempre explorado – que há dentro de cada um de nós.

Fiquem com Deus!

Reinaldo Azarias.

 

Fotógrafo: Reinaldo Azarias

Fonte: Assessoria de Comunicação

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