“No coração da Igreja, (…) eu serei o amor e desse modo serei tudo (…)” Sta. Teresinha do Menino Jesus

Ao sair do Brasil a única certeza que o Senhor nos dava era: “Sejam presença, amem aquele povo, que Eu serei o vosso TUDO, e isso bastará”. Não fazíamos ideia do que iríamos encontrar, de como seriam as pessoas ou a cidade, muito menos o lugar onde iríamos morar…

Vivemos a experiência do total abandono em Deus, de só termos a Ele como segurança, já que não conhecíamos nada, nem ninguém e não sabíamos sequer falar Espanhol. Isso fez muita diferença, pois quando nos abandonamos aos Seus cuidados, Ele nos surpreende e derrama Seu amor em abundância.

Assim foi a nossa chegada à Espanha, regada pelo cuidado de Deus nas pequenas coisas, mesmo na dificuldade em realizar algo que no Brasil é muito fácil, como fazer uma ligação para pedir um taxi, a providência nos alcançou de forma muito simples e tivemos nosso primeiro contato com o acolhimento e a caridade espanhola, que logo descobrimos ser uma característica muito forte deste povo. Toda a viagem foi uma aventura, foi um lançar-se no novo, arriscar-se, até mesmo ao tentarmos nos comunicar para chegarmos ao nosso destino final: Baza.

Nossa primeira impressão do lugar foi de uma típica cidade de interior. Pequena, muito bonita e que por si só nos remete ao passado, onde a história está presente em cada Igreja, cada rua, cada monumento… Onde quer que o nosso olhar se retenha, o lugar terá algo a nos contar! Em cada passo que damos, cada lugar que conhecemos, respiramos a história da nossa amada Igreja, nas construções seculares e imponentes dos templos católicos, fazendo memória dos primeiros apóstolos que passaram por estas terras para pregar o evangelho, nas Instituições religiosas mais antigas que são a referência de Igreja que eles possuem e que continuam sendo, ainda hoje, expressão de Deus para muitos.

Além disso, encontramos ainda temperaturas muito baixas – para nós que viemos de um país tropical – mesmo que o inverno já estivesse no seu final, sentimos muito frio, o que prontamente foi sendo acalentado pelo calor do amor de um povo que conhece muito bem o sentido da palavra acolher. O acolhimento é uma marca muito particular dos bastetanos, os quais logo se mobilizaram para nos manter aquecidos doando agasalhos, meias e tudo o mais necessário para que nos sentíssemos em casa.

Contrastando com o coração tão caloroso para amar as pessoas, percebemos a necessidade de uma experiência pessoal com o amor de Deus para assim, redescobrirem que possuem um Pai que olha por eles que lhes devolve a dignidade de filhos amados.

Sentimo-nos muito acolhidos, especialmente, pela Igreja, na pessoa do bispo, Dom Francisco Jesús, do padre Antonio Trave (Pároco de Santiago, paróquia onde estamos inseridos), das congregações religiosas da cidade, que nos primeiros dias já vieram ao nosso encontro para nos acolher com uma recepção muito calorosa e se dispondo a ajudar no que fosse necessário.

Passado o impacto dos primeiros dias, onde os desafios da linguagem, da cultura, do clima e do lugar eram muitos, começamos a conhecer e aprender o valor de muitas coisas que antes nos eram estranhas e, à medida em que conhecemos e experimentamos a culinária, os costumes da Andaluzia aprendemos a amar e respeitar, pois percebemos que muito temos a aprender com eles.

A religiosidade na Espanha, mais especificamente em Andaluzia, região onde estamos, é marcada pela tradição de muitos séculos, que se observa desde a arquitetura e a arte sacra de suas Igrejas até os cânticos da missa, e é levada muito a sério!

O tempo litúrgico mais forte aqui é a Semana Santa, época de muitas festividades, onde há grande preocupação com a comida que vai ser servida para a família que se reúne para esta data; com as longas e distintas procissões que saem durante todos os dias desta semana;  com a ornamentação dos carros que carregam as imagens que as acompanha; na dedicação das Cofradias de cada paróquia, as quais trabalham o ano inteiro para este fim e de modo tão belo e particular, as flores da primavera enchem e  ornamentam a casa do Senhor que espera ansiosa Sua ressurreição.

Encontramos uma população de idosos muito grande, pois muitos jovens precisam ir a outras cidades para se graduarem e também em busca de trabalho. Esses idosos são assistidos pela Igreja que preocupada com eles busca inseri-los nas atividades paroquiais e realiza encontros semanais onde as “abuelas” (como são chamadas as senhoras de idade), podem conviver com outras pessoas, bem como viver sua espiritualidade e crescer na fé.

Temos feito a experiência da pobreza que o nosso fundador nos convida a viver neste ano, como nos diz nossos estatutos: “Tendo alimento e com que nos cobrir, com isso estamos contentes” (ENA §43). Observamos a força do Carisma alcançando as pessoas à medida que simplesmente somos, o nosso SER Nova Aliança, “poquito a poco” – (pouco a pouco) como costumam dizer por aqui – tem feito a diferença em suas vidas, a medida em que paramos para ouvir aqueles que necessitam apenas ser ouvidos, ser amados e saber que tem valor por aquilo que são e não pelo que fazem.

Diante desta realidade, o Senhor tem nos impelido a evangelizar de maneira muito simples, colaborando nos momentos de espiritualidade na Semana Santa, conduzindo um momento de adoração, cooperando com a música nas celebrações dominicais, com a catequese infantil – onde partilhamos um pouco da nossa história e da alegria de servir a Deus com as crianças – nas reuniões das “abuelas”, onde o nosso acolhimento e nosso carinho as têm surpreendido e agradado, também acompanhando as visitas aos idosos que recebem comunhão em casa e aos que precisam apenas de uma presença amiga, assim como, em algumas visitas que fizemos e recebemos de pessoas com as quais entramos em contato nesses primeiros meses.

Muito há a conhecer ainda, há muita gente ansiosa por nos conhecer também, mas, principalmente, há um povo sedento de Deus, que não O conhece e necessita receber o anúncio da boa nova. Não temos a pretensão de fazer grandes coisas, mas desejamos, naquilo que o Senhor nos confia, ser presença de Deus, amar e fazê-lO conhecido e amado na simplicidade de ser Nova Aliança.

 

 

Fonte: Lisiana Silva

Missionária Nova Aliança

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